segunda-feira, 22 de abril de 2013

DECLARAÇÃO DE VOTO DOS VEREADORES DO PARTIDO SOCIALISTA – RELATÓRIO E CONTAS DE 2012 - CM MONTEMOR-O-VELHO



Na reunião de Câmara de 22/04/2013, os vereadores do Partido Socialista, votaram desfavoravelmente o Relatório e Contas do Ano de 2012, com a seguinte declaração de voto:


"No Relatório e Contas de 2012, demais documentação e explicações complementares que o integram, na componente técnica, não se detectam erros ou derrogações de princípios que provoquem distorções significativas e materialmente relevantes que possam colocar em causa a opinião e consequentes decisões dos utilizadores para os quais a presente prestação de contas se direcciona.
Porém, salvaguardamos, que não nos podemos pronunciar acerca de eventuais omissões por que se encontrem influenciados os dados do presente documento, tal como nos foi apresentado.
Neste sentido, e dando fé nas informações prestadas, pode aferir-se que os resultados do exercício de 2012, quer no âmbito económico como no financeiro, não demonstram quaisquer mudanças no rumo que a maioria PSD/PP deste executivo, vem seguindo no que respeita à sua estratégia global e sectorial de gestão deste Município.
Constata-se uma vez mais, que também para 2012, o Plano e Orçamento aprovado, foi apenas satisfatoriamente cumprido. Registe-se que do total da receita prevista, a execução cifrou-se em cerca de 56,96% (desvio de 43,04%), e do total da despesa prevista a execução se cifrou nos 56,29% (desvio de 43,71%).
Continua a ser recorrente, a ideia de que a construção e a aprovação do Orçamento Municipal pela maioria política que governa a Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, se destina exclusivamente ao cumprimento de uma obrigação e imposição legal, e não como o documento primário ou, fundamental instrumento, para uma gestão criteriosa, rigorosa e eficiente dos limitados recursos públicos.
Os desvios globais verificados na execução orçamental traduzem assim uma de duas potenciais razões: Ou uma elevada ambição no estabelecimento de objetivos e uma desproporcional capacidade de concretização; Ou a adopção de irreais técnicas de previsão e programação, e consequente desajustamento da realidade prática concretizável.
Os resultados do exercício espelham por si só, a continuada incapacidade de resolução de um problema de gestão eficaz, eficiente e económica dos recursos, bem como, a resistência à implementação de um correto e criterioso plano de reestruturação.
O Ano de 2012 terminou, neste Município, com um prejuízo de cerca de 872 mil euros, fazendo com que, os prejuízos acumulados, com esta maioria PSD/PP, já atinjam um montante histórico acumulado de aproximadamente 9,5 milhões de euros.
Os resultados operacionais, que são o barómetro e o indicador da política económica adoptada por esta maioria PSD/PP, e demonstrativos da adequabilidade dos gastos face aos rendimentos obtidos, persistem em ser negativos na ordem dos 985 mil euros, evidenciando os desequilíbrios funcionais do Município nas suas operações primárias.
A contribuir para o agudizar dos resultados, estão os resultados financeiros negativos na ordem dos 543 mil euros. Só os custos financeiros associados aos instrumentos de financiamento (bancário e factoring) atingiram um montante de 1,24 milhões de euros.
Não podemos deixar de evidenciar, o quanto preocupante se mostram, num futuro próximo, para o Município, os constrangimentos na sua capacidade de cumprimento do compromisso assumido ao nível do pagamento periódico e contratual do serviço da dívida, face a um previsível e desejável cenário de recuperação económica, que é sempre antecipadamente previsto pelos mercados financeiros e refletido no consequente aumento das taxas de juro. Tendo em conta que o tempo médio de reflexão da efetiva retoma em termos reais ocorre com uma dilação temporal de 6 a 8 meses depois da actualização das taxas de juro para os empréstimos, temos como consequência previsível, nas já debilitadas finanças municipais, que irá aumentar exponencialmente o valor do serviço da dívida, antes sequer de existir qualquer melhoria nas receitas correntes do Município.
Preocupantes são igualmente os prejuízos gerados no exercício de 2012, pois não fossem os resultados extraordinários na ordem dos 656 mil euros e os prejuízos efectivos teriam ascendido aos 1,5 milhões de euros.
Por seu lado, os activos sofreram uma redução de cerca de 2,45 milhões de euros, enquanto o passivo apenas diminuiu em cerca de 1,7 milhões de euros.
A redução de algumas massas no passivo, nomeadamente nas rubricas de “Outros Credores” ( 3,5 milhões de euros) e “Dívidas a Instituições de Crédito L/P” (2,8 milhões de euros) estão relacionadas com a disponibilidade financeira ocorrida para liquidação destes encargos pela via do recebimento de verbas com proveniência de Projectos Co-Financiados (cerca de 6,9 milhões de euros), do Fundo de Equilíbrio Financeiro (em cerca de 2,8 milhões de euros) e da redução da dívida de “Outros Devedores” (em cerca de 2,2 milhões euros).
De notar que dos 6,9 milhões de euros recebidos via Projectos Co-Financiados, apenas 3,5 milhões euros ficaram disponíveis para liquidação de compromissos, tendo os restantes 3,4 milhões de euros, engrossado a cativação de verbas em sede de Proveitos Diferidos para concretização de novas fases de investimentos, que implicam, obrigatoriamente, a comparticipação privada do Município, que como já alertamos, não gera, nem vem gerando resultados positivos, nos últimos anos, para que possa, em condições normais, assegurar tal comparticipação com fundos próprios.
A redução de 1,26 milhões de euros verificadas na rubrica de “Fornecedores de Imobilizado” foi compensada pelo aumento das “Dívidas a Instituições de Crédito C/P” em 1,38 milhões de euros, representando uma mera transferência de responsabilidades, ou seja, não constitui redução efectiva de passivo final.
As dívidas a “Fornecedores” também registaram um aumento na ordem dos 470 mil euros, porventura, para agravar o passivo de médio e longo prazo, em futura renegociação do passivo Municipal.
Foi constituída uma Provisão para Riscos e Encargos no montante de 623.071,75 €. Estas provisões evidenciam a cobertura de riscos ou encargos de um determinado exercício e de verificação provável, como sejam, o caso de Indemnizações por incumprimento, ou execução de Garantias.

Do relato das contas de 2012, ressalta no relatório de gestão um dos únicos pontos positivos, isto é, o ano em que a receita corrente mais cresceu. Mas no cômputo geral, a receita gerada em 2012 (22 milhões de euros) ficou substancialmente aquém da gerada em 2010 (26 milhões de euros) e em 2009 (29 milhões de euros).
Não tendo em circunstância alguma o Partido Socialista comungado com o plano de governação desta maioria PSD/PP no Executivo Municipal, nem com as suas prioridades, nem com a sua estratégia de gestão, não pode pactuar nem assumir como legítimos e irremediavelmente os únicos possíveis, os resultados económicos e financeiros evidenciados nesta prestação de contas de 2012.
A nossa divergência não está nas obras executadas, nem no legítimo direito político, de uma maioria, democraticamente eleita, fazer as suas obras, antes está, na total ausência de um Plano Estratégico sustentado, na maior o menor utilidade dessas obras para os Munícipes, em determinado momento da vida do concelho e das necessidades mais prementes da sua população. É de prioridades que sempre falamos… É de um Plano de Acção, de obras e investimentos, sustentado e com futuro, pois aquilo que nos tem sido sistematicamente apresentado, é um conjunto de obras avulsas e desconexas de qualquer planeamento estratégico para o desenvolvimento sustentado do concelho, sempre com a agravante, de que quem as vai pagar são as gerações futuras!
Por conseguinte, a orientação de voto do Partido Socialista, vai no sentido de votar desfavoravelmente este documento de prestação de contas de 2012."

terça-feira, 26 de março de 2013

Reclamações da freguesia de Pereira

No passado dia 25/03/2013, em reunião da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, tive a oportunidade de reclamar algumas das preocupações dos habitantes de Pereira, cuja intervenção a seguir transcrevo:

"Em recente visita a Pereira, foi o vereador Emílio Torrão abordado por vários Pereirenses, revoltados com algumas situações que exigem ser denunciadas em reunião de Câmara Municipal.

Na verdade, em alguns momentos, nem sempre é fácil ser vereador da oposição, pois queremos acreditar que a revolta com que somos frequentemente confrontados por alguns Munícipes, perante determinadas situações, é injusta e por vezes mal direccionada, porquanto, as responsabilidades devem ser atribuídas a quem as tem efectivamente…  Os vereadores da oposição só podem, nestes casos,  ser a voz dessas mesmas pessoas que nos contactam, aqui nas reuniões do executivo, e isso sempre o fizemos, sendo esse o seu papel, que aqui assumem novamente, como sempre o fizeram em todas as reuniões de Câmara, até à data,  sem excepção de nenhuma, no período “Antes da ordem do dia”, bastando, para tal consultar as actas das reuniões de Câmara publicadas no seu “site”!  
A primeira questão prende-se com a situação da passagem inferior da linha férrea, pois quando se decidiu pela construção da mesma (junto ao Celeiro dos Duques de Aveiro), ao que nos lembramos, foi acordado que seria colocada no local uma escapatória, com piso adequado para circulação de pessoas, bens e viaturas, em caso de emergência, piso esse que nunca foi colocado pela REFER, bem como, foi ainda acordado, que as chaves dos portões que lá foram colocados para impedir tal circulação, seriam entregues à Junta de Freguesia de Pereira! Onde se encontram tais chaves?
Já foi interpelada a Junta de Freguesia de Pereira, que nega ter tido alguma vez acesso a tais chaves! Ao que se sabe, estão depositadas, algures em Coimbra, com o compromisso de que em vinte minutos estarão operacionais em Pereira! Objectiva e de forma expressa, sem rodeios, em caso de intempérie grave, os vereadores do Partido Socialista não acreditam nesta solução e estão dispostos, em conjunto com a maioria, a reclamar a correcção imediata de mais um inconveniente equívoco da REFER!
Mais grave é que, no passado dia 8 de Março, a intensa chuva desse dia, inundou rapidamente o “pontão” junto ao Terreirito, tornando-o intransitável, o que de imediato causou a preocupação e ansiedade de todos os habitantes que vivem em plano inferior à via férrea, pois não fora, posteriormente, as chuvas terem abrandado, que o seu isolamento era inevitável, correndo-se o risco de não poderem salvar os seus bens e de se colocar em perigo a segurança dessas mesmas pessoas.
 Na Assembleia de Freguesia de Pereira o Partido Socialista apresentou uma proposta, aprovada por unanimidade, para que a Câmara, através da Protecção Civil Municipal, proceda a um simulacro naquele local para um caso de inundação rápida, onde facilmente estas debilidades no sistema ali instituído serão visíveis e irão servir para pressionar, de forma determinante, a REFER, sempre muito pouco sensível, a estas questões que impliquem os direitos das populações circundantes das linhas férreas. Entendemos que é urgente proceder a este simulacro e do mesmo, tirar todas as consequências, acautelando-se que a população de Pereira confia e pode confiar num sistema de evacuação de pessoas e bens rápido e célere naquele local, como sempre reivindicou e tem legítimo direito!
Outra questão neste concreto local, prende-se com os elevadores, onde um deles, que até há poucos dias esteve inoperacional, alegadamente por falta de manutenção e/ou avaria! Contactada a empresa que consta nos mesmos ser responsável pela manutenção, por alguns utilizadores daquele trajecto, esta mesma empresa, alegava, repetidamente, que não iria reparar o mesmo, por falta de pagamento das mensalidades de tal manutenção!
Estes elevadores são utilizados por pessoas idosas e deficientes que utilizam tal passagem para ir à farmácia, tendo mesmo sido referenciado ao vereador que uma idosa com limitações físicas teve de ir de “gatas” pelas escadas, naquele período, quando teve necessidade de ir à dita farmácia, o que muito revoltou os presentes que a isso assistiram! Os vereadores do Partido Socialista deixam aqui, igualmente o seu firme protesto pela ocorrência desta situação de todos os modos inaceitável! Exige-se que esta questão deve ser imediatamente esclarecida, com todas as consequências, para quem quer que seja, em particular, para que não se repita!
Foi ainda o vereador do Partido Socialista convidado a visitar algumas ruas de Pereira, sendo alertado para uma imagem, ainda que utilizada com ironia pelo Blogue local, de uma “chuva de meteoritos nas ruas de Pereira”, facto que embora pareça um exagero de linguagem, não deixa de ser uma imagem fidedigna de tal situação… Com se pode objectivamente constatar!
Na verdade, o desleixo na reparação/manutenção das ruas de Pereira é bastante grave e acentuado, estranhando os vereadores do Partido Socialista a ocorrência de tal situação! Existe algum problema em Pereira que seja desconhecido de todos, para justificar esta evidente e objectiva constatação de quem quer que passe em tais ruas? Quer-se acreditar que não!
Como exemplos mais graves, citamos a Rua José Augusto Mendes dos Santos, a Rua Principal e a Rua Circular nos Casais Velhos, estas duas últimas, com promessa de intervenção urgente, nas últimas eleições, sem que tal tenha ocorrido tanto pela Junta de Freguesia, como pela Câmara Municipal? Como aceitar, ainda nesta data, os acessos e suas condições à EBI de Pereira? Ou ainda, a ligação de Pereira a Figueiró, tão necessária a alguns alunos forçados a frequentar tal EBI!
E a as queixas que foram denunciadas não se ficam por aqui!... Por que razão não foram construídos os passeios no Pontão da Feira? Porque é que não foi construído o passeio na passagem superior, na entrada nascente, que liga ou servirá de acesso aos campos agrícolas, como existe do lado oposto, estando tal acesso pedonal com erva alta e silvas, forçando os peões a atravessar a estrada, em local impróprio para tal atravessamento em segurança? Para não falar, do assunto recorrente em Pereira, mas não menos importante referir, da Ponte do Paço… Qual o actual ponto da situação, foi a pergunta a que, mais uma vez, não se soube responder! Por que não se recorre aos meios de comunicação social, nomeadamente, para denunciar a inércia da Câmara Municipal de Coimbra nesta concreta e preocupante situação? Quem é que não cumpre os seus compromissos e as promessas já feitas? Esta é uma notícia e reivindicação muito relevante para milhares de utentes daquela via e para os Pereirenses! Hoje os Pereirenses já reclamam, com ironia, a preservação urgente daquele “monumento histórico”, com a construção de uma ponte alternativa a fim de que o mesmo não se degrade de forma irreversível e se possa perder para sempre do nosso património cultural e histórico!
Finalmente, foi o vereador do Partido Socialista, confrontado com outra realidade, não menos preocupante e grave, mas totalmente nova no caderno de reivindicações dos Pereirenses, que se prende com a Urbanização de S. Luís, nomeadamente: Nos Lotes sem qualquer edificação e que estão abandonados, verifica-se a existência de quantidades anormais de lixo, ratos e cobras, muito pouco compatíveis com a segurança e bem-estar que os seus utentes e habitantes merecem do seu promotor e da Câmara Municipal, que o deveria intimar a cumprir a Lei nestas situações (Limpeza e vedações adequadas, por exemplo); Nos prédios construídos e que estão abandonados, estão a ser usados, alegadamente, para Consumo/Trafico drogas sem que as Autoridades Policiais tomem qualquer iniciativa ou posição, mas em particular, no que diz respeito à Câmara Municipal e sua Divisão de Obras, no mínimo, intimando o seu promotor, ou empreiteiros, a vedar os seus acessos por razões de segurança em obra, não ocorra no local, uma maior tragédia a algum dos seus visitantes que não a sua dependência; Os passeios de tal urbanização estão cheios de lixo e com Stands de Venda abandonados e será que os proprietários destes últimos pagam a taxa municipal devida? Se não o fazem, não há consequências? O Acesso à mesma Urbanização, do lado de Santo Varão, está cheio de detritos de obra colocados pelo promotor e/ou empreiteiros da mesma, sem que ninguém tome qualquer medida ou posição, nomeadamente, a Divisão de Obras da Câmara Municipal, que tem instrumentos legais e poderes específicos para estas situações.
Se bem foi entendida a nossa intervenção, não fizemos só as denúncias, também apontamos caminhos e soluções possíveis para aqueles problemas que não dependem de decisão política da maioria!"




sexta-feira, 22 de março de 2013

Intervenção do deputado Rui Duarte - Obra do Baixo-Mondego

Esta intervenção surge na sequência da visita dos deputados do Partido Socialista a Montemor-o-Velho, no passado dia 04/03/2013

quinta-feira, 14 de março de 2013

segunda-feira, 11 de março de 2013

As verdades têm de ser ditas!


Gostei particularmente deste discurso! O meu lado jovem identifica-se na plenitude com a Joana!

quinta-feira, 7 de março de 2013

PS defende investimento de 40 milhões até 2015



O investimento de 40 milhões de euros até 2015, já previstos no actual Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e destinados às obras inacabadas do Projecto Hidroagrícola do Baixo Mondego, foi defendido, em Montemor-o-Velho, pelo coordenador do Grupo Parlamentar do PS na Comissão de Agricultura e Mar da Assembleia de República, Miguel Freitas.
Esta proposta, exigindo a urgência do investimento, será apresentada a breve prazo na Assembleia da República, garantiu o deputado do PS, na segunda-feira passada, durante um encontro/debate que juntou dezenas de agricultores do Baixo Mondego e Gândaras, no Auditório da Escola Profissional de Montemor-o-Velho.
De acordo com Miguel Freitas, a proposta incluirá ainda outros dois vectores, concretamente o “apoio à produção de arroz, que é a grande actividade agrícola desta região”, assim como a “defesa de uma intervenção territorial integrada para várias zonas do país”, incluindo o Baixo Mondego.
Os 40 milhões de euros já estão previstos no actual QREN para a continuação das obras do Projecto Hidroagrícola do Baixo Mondego e, por isso mesmo, os socialistas consideram “imprescindível” que a verba seja desbloqueada antes de 2015. Caso contrário, existe o receio de este montante vir a ser transferido, e adiado, para o novo Quadro Estratégico Comum (QEC), o sucessor do actual QREN, que se estenderá até 2020. Uma situação que, segundo Miguel Freitas, “não pode acontecer”.
Além disso, os socialistas defendem que o QEC deverá prever os restantes 50 milhões de euros para concluir a totalidade das obras do Projecto Hidroagrícola do Baixo Mondego. Por tudo isto, e se este calendário não for cumprido, o deputado do PS avisou que poderá verificar-se o “perigo” de as obras continuarem paradas e novamente adiadas.
Miguel Freitas lembrou que as obras do Baixo Mondego “estão inacabadas há 30 anos e não podemos levar mais 30 anos para concluir estas obras, porque é fundamental para os agricultores terem água para a sua actividade, no caso concreto a produção de arroz”.
Aliás, foi sublinhado pelos agricultores da região que existem campos do Baixo Mondego que apenas servem para a cultura do arroz, pelo que se esses terrenos deixarem de produzir este cereal “poderá verificar-se uma calamidade económica e social na região”.
Nesse sentido, o responsável pela Agricultura do Grupo Parlamentar do PS afirmou ser urgente “garantir que as obras de regadio se concretizem o mais rápido possível”, defendendo por isso que é preciso que o investimento de 40 milhões de euros esteja disponível até 2015. As obras inacabadas do Projecto Hidroagrícola do Baixo Mondego dizem respeito, principalmente, ao emparcelamento que está por fazer a jusante de Montemor-o-Velho, em terrenos que são destinados à produção de arroz carolino.
Refira-se que este encontro foi uma iniciativa da Concelhia do PS de Montemor-o-Velho, em que participaram, além de Miguel Freitas, os deputados socialistas eleitos pelo círculo distrital de Coimbra. Os parlamentares, acompanhados pelo presidente da Concelhia do PS, Emílio Torrão, e por agricultores, visitaram os locais onde as obras estão por concluir.
Na ocasião, Emílio Torrão sublinhou que Montemor-o-Velho é um concelho essencialmente agrícola, considerando que “é preciso promover principalmente o arroz carolino, mas também as hortícolas”, actividades que constituem “um potencial do desenvolvimento concelhio”.
Emílio Torrão, que é também candidato do PS à presidência da Câmara Municipal, afirmou estar “empenhado em promover e desenvolver uma das vertentes mais importantes do concelho e que é, concretamente, a agricultura no Baixo Mondego e Gândaras”.
Durante o encontro, os agricultores expuseram as suas preocupações aos deputados, com destaque para os custos dos factores de produção, campos abandonados, burocracia existente, impostos e o difícil acesso ao crédito, entre outros problemas.


sexta-feira, 1 de março de 2013

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Um contributo para o PS de Francisco Assis


 

Francisco Assis no Público :

‘Realizar um congresso envolvendo a disputa pela liderança a poucos meses de eleições seria um erro político
O PS tem vivido dias agitados. Nada de inusitado. De estranhar seria que tudo fosse pacífico, harmonioso e inquestionável no interior do maior partido da oposição num momento histórico tão complicado como aquele que estamos a atravessar. Só uma organização política em estado de abulia pré-comatosa ofereceria um tal espectáculo de estabilidade moribunda. Não é felizmente o caso.
É porém verdade que dois factores concorrem para a dramatização de acontecimentos desta natureza: por um lado, a aversão ao debate e a demonização do conflito ínsitos à nossa idiossincrasia nacional e no fundo resultantes da perpetuação de uma estrutura mental prédemocrática ainda largamente disseminada na sociedade portuguesa; por outro lado, a sofreguidão que as democracias actuais revelam na busca de respostas simplistas para a complexidade que cada vez mais as atravessa e angustia. Aplicadas à avaliação de um acontecimento político concreto estas duas limitações produzem efeitos demolidores. Os analistas cedem à tentação moralista e os protagonistas sentem-se incentivados à submissão à tirania das emoções.
Como a retórica dominante não prima pela exigência, tudo o que comporta uma dimensão passional tende a transitar do domínio do trágico para o registo da telenovela e tudo o que poderia subsistir de racional corre o risco de desaguar no grande magma de um sentimentalismo omnipresente. Abunda a linguagem da indignação e nenhum estatuto consegue rivalizar com a condição de vítima. O que isto significa enquanto empobrecimento da discussão e degradação da qualidade da decisão é facilmente adivinhável.
De certa forma tudo isto perturbou a discussão ensaiada no seio do PS e prejudica a capacidade de compreensão do ocorrido. É por isso mesmo necessário realizar um esforço adicional para conseguir pensar o PS e o seu momento actual, procurando ir para além da contingência dos factos observados e tentando construir e tratar os problemas que realmente interessam. A minha condição de militante empenhado obrigame à realização pública de um exercício dessa natureza.
Recordemos sucintamente os factos em si. Vários antigos ministros de José Sócrates produziram declarações sucessivas no sentido da reclamação da realização de um congresso partidário antes das eleições autárquicas, o que provocou uma reacção de desconfiança da actual direcção política que vislumbrou aí um ataque organizado tendo em vista a tomada do poder interno; depois de alguma hesitação, o secretáriogeral reagiu, retomando o controlo do tempo político e propondo ele próprio a realização imediata de uma reunião magna em nome de uma necessária clarificação de águas; António Costa respondeu ao desafio admitindo a sua própria candidatura à liderança, se não houvesse uma nítida vontade de António Seguro em proceder ao reforço da unidade interna.
Como sabemos, tudo terminou com sonoros protestos de entendimento que, em princípio, conduzirão à adopção de uma plataforma estratégica comum. Um final aparentemente feliz não dispensa uma reflexão fecunda. Outros a têm promovido. Não posso deixar de dar o meu singelo contributo, que passarei a fazer com a brevidade exigida.
A partir desta minicrise há quatro tópicos que devem ser objecto de devido tratamento e que são os seguintes: a necessidade de consensualização de um modo de debate interno que salvaguarde a supremacia do pluralismo de opiniões; o tema do relacionamento com o passado recente; a questão central da definição de uma linha estratégica coerente e capaz de sustentar uma alternativa política nacional; a definição do princípio da unidade. Procedamos à sua análise caso a caso.
1 – Tópico do pluralismo – O que se passou nos últimos dias foi de molde a suscitar uma séria inquietação em relação a esta matéria. A tentativa de transformar o confronto político numa contraposição puramente moral, enunciada num registo aproximado às categorias emocionais próprias das telenovelas, prejudica o debate e enfraquece o espaço público interno. A direcção do partido tem o direito e o dever de se empenhar na concretização das linhas programáticas constantes da moção que viu aprovada em congresso e, para esse efeito, deve recorrer aos meios que considere indispensáveis, desde o recrutamento do pessoal político percebido como o mais apto até à opção por orientações políticas potencialmente fracturantes.
O que não pode é deixar-se inebriar pela aspiração do aplauso unânime e da adesão incondicional a ponto de passar a ver em cada divergência legítima a expressão de uma dissidência insidiosa. São inaceitáveis afirmações, infelizmente repetidamente proferidas, que procuraram anular a eficácia da crítica pela via da desqualificação ética dos seus autores. Esta confusão entre moral, emoções e política proporciona a instalação de um pântano em que dificilmente se pode estabelecer uma discussão séria entre propostas e visões alternativas. No Partido Socialista, grande partido democrático, portador de uma história densa, não há lugar para um discurso que em nome de uma suposta regeneração ética dê livre curso à mais cínica das demagogias.
2 – Tópico da história recente – É claro que o PS tem um problema com o seu passado imediato. Continuam a defrontarse duas opções igualmente erradas. De um lado os que gostariam de fazer da nostalgia um programa político futuro; do outro os que cultivam a ilusão adâmica de que tudo o que há de bom começou com eles. Uns remetem-se para o papel de adoradores de uma idade de ouro pretérita, os outros só conseguem conceber o que está para trás sob a forma de recalcamento.
É preciso sair desta dicotomia perniciosa. O Partido Socialista tem o dever de elaborar uma reflexão crítica sobre a sua experiência histórica recente, condição imprescindível para uma abordagem livre dos temas do presente e do futuro. Há agora condições excepcionalmente favoráveis para a realização de tal exercício, que deve ser tudo menos dilacerante.
3 – Tópico da clarificação estratégica. Este é o grande debate do futuro que deve concentrar o ideal das energias partidárias. Perante um governo de obediência doutrinária neoliberal e assustadoramente incompetente em diversas áreas, no contexto de uma Europa a atravessar uma profunda crise política e económica e numa altura de reformulação do pensamento inspirador da acção política da esquerda democrática, o Partido Socialista é obrigado a responder a questões difíceis com soluções credíveis e inovadoras. É natural que comecem a estruturar-se correntes de opinião internas animadas por propósitos diversos, nalguns casos antagónicos, em torno de algumas questões de fundo.
Poderá mesmo surgir num horizonte relativamente próximo um confronto entre defensores de um frentismo de esquerda e adeptos de um entendimento preferencial com um centro-direita imune à tentação neoliberal. O partido tem de estar preparado para acolher estas discussões e promover a realização de escolhas dolorosas sem risco de qualquer cisão grave. Nesta perspectiva, considero, como já várias vezes escrevi, que António José Seguro tem agido com sensatez e ponderação, colocando a agenda europeia no centro do debate nacional e evitando a cedência a pulsões demagógicas geradoras de fáceis efeitos mediáticos mas claramente contraproducentes no domínio dos resultados.
4 – Tópico da unidade – A unidade não pode constituir um fim em si mesmo, nem deve ser perspectivada como uma utópica tentativa de alcançar uma total identidade de pontos de vista na acção concreta. Só faz sentido quando entendida no plano igual dos princípios e enquanto garante de igual dignidade na participação de cada militante na vida partidária.
5 – Nota final – A realização de um congresso envolvendo a disputa pela liderança a poucos meses das eleições autárquicas teria constituído um dramático erro político. Há um tempo próprio para tudo.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Provérbios Portugueses actualizados!





1. Em Janeiro sobe ao outeiro; se vires verdejar, põe-te a cantar, se vires o Passos, põe-te a chorar.


2.
Quem vai ao mar avia-se em terra; quem vota Passos, mais cedo se enterra.



3.
Passos a rir em Janeiro, é sinal de pouco dinheiro.



4.
Quem anda à chuva molha-se; quem vota em Passos lixa-se.



5.
Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão; parvo que vota em Passos, tem cem anos de aflição.



6.
Gaivotas em terra temporal no mar; Passos em São Bento, o povinho a penar.



7.
Há mar e mar, há ir e voltar; só vota em Passos quem se quer afogar.



8.
Março, marçagão, manhã de Inverno tarde de Verão; Passos, soarão,manhã de Inverno tarde de inferno.



9.
Burro carregando livros é um doutor; burro carregando o Passos é burro mesmo.



10.
Peixe não puxa carroça; votar em Passos, asneira grossa.



11.
Amigo disfarçado, inimigo dobrado; Passos empossado, povinho lixado.



12.
A ocasião faz o ladrão, e de Passos um aldrabão.



13.
Antes só que mal acompanhado, ou com Passos ao lado.



14.
A fome é o melhor cozinheiro, Passos o melhor coveiro.



15.
Olhos que não vêem, coração que não sente, mas aturar o Passos, não se faz à gente.



16.
Boda molhada, boda abençoada; Passos eleito, pesadelo perfeito.



17.
Casa roubada, trancas na porta; Passos eleito, ervas na horta.



18.
Com Passos e bolos se enganam os tolos.



19.
Não há regra sem excepção, nem Passos sem confusão.

Autor: Desconhecido!