sexta-feira, 4 de maio de 2012
Montemor-o-Velho
Autores: David Isidro, Mónica Cruz, Lisa Amaral, Fernanda Carvalho, Nelson Fernandes, Ana Brites.
Trabalho para a unidade curricular "Produção e Realização Audiovisual II", regida pelo Mestre Luís Miguel Pato.
quarta-feira, 2 de maio de 2012
DECLARAÇÃO DE VOTO DOS VEREADORES DO PARTIDO SOCIALISTA – RELATÓRIO E CONTAS DE 2011
No passado dia 18/04/2012 os Vereadores do Partido Socialista na CM de Montemor-o-Velho, votaram desfavoravelmente o Relatório e Contas de 2011 dessa Edilidade, com a seguinte declaração de voto:
DECLARAÇÃO DE VOTO
DOS VEREADORES DO PARTIDO SOCIALISTA – RELATÓRIO E CONTAS DE 2011
O
Relatório e Contas de 2011, demais documentação e explicações complementares
que o integram, tendo sido elaboradas de acordo com as normas e regulamentações
técnicas, não se nos afigura portador de quaisquer erros ou inexactidões.
Porém,
não nos podemos pronunciar acerca de eventuais omissões por que se encontrem
influenciados os dados do presente documento, tal como nos foi apresentado.
A
Prestação de Contas de 2011 representa um momento que deveria ser de orgulho e
de nobreza, por terem sido atingidos objectivos e metas audaciosos, mas ao
mesmo tempo, reflexo de dever cumprido ao nível do fomento de melhorias na
qualidade de vida, da prosperidade, da contribuição para o relançamento da
economia local, do delinear de estratégias para a promoção do emprego e da
empregabilidade, da defesa e da aplicação categórica de estratégias de
eficiência, de eficácia e de economicidade na gestão e na aplicação dos
recursos públicos…
Mas
o que é que se retira do presente Relatório de Contas de 2011 deste executivo?
Precisa e radicalmente o oposto no entendimento dos vereadores do Partido
Socialista!...
Um
Relatório de Contas desta natureza, em que se relata o reflexo financeiro da
estratégia seguida, não é decerto motivo de orgulho para quem avalia o presente
Relatório de Prestação de Contas, nem tão pouco de pode afirmar que se trata de
uma divergência de estratégias e de programa político, porque para nós, será
sempre mais importante o primado do respeito por cada cêntimo aplicado com que
cada munícipe contribui com os seus impostos e taxas.
Um
executivo que apenas tem como estratégia promover o seu tempo útil de mandato,
iludindo e desviando as atenções dos munícipes da realidade, nomeadamente, o
deplorável estado das finanças municipais, a insustentabilidade financeira da
autarquia, neste momento concreto, comprometendo irremediavelmente o futuro do
concelho e das gerações presentes e futuras, não pode merecer uma apreciação
positiva da sua gestão financeira deste Município.
É
necessário exigir responsabilização pela estratégia política seguida, em
particular pela inabilidade em gerir, financeiramente, o Município de forma
sustentável e eficaz, pelo delapidar contínuo do património da autarquia e das
suas finanças, já com um passivo global perto dos 35 milhões de euros.
Este
caminho seguido, do ponto de vista das finanças municipais, adivinha um
retrocesso na economia local como nunca se viu, um desapego social como nunca
se sentiu, um descrédito na sua população como jamais se vislumbrou, um “virar
de cara” como nunca se assistiu, uma
desumanização como nunca percebida… Mais ainda, no momento, particularmente
difícil que atravessamos!
Mas
há algo em que esta maioria PSD/PP se tem destacado….E em grande!
Falamos
do volume de passivo gerado, dos custos financeiros assumidos, da incapacidade
de cumprimento atempado dos créditos de terceiros, das ineficiências
organizacionais, dos prejuízos anuais gerados e acumulados…Isto sim, tudo em
grande escala, como marca inquestionável desta gestão PSD/PP…
E o
exercício de 2011 em nada escapou ao que se vinha assistindo, antes pelo
contrário.
Recuemos
ao Orçamento para 2011 então aprovado pela maioria PSD/PP...
Como
nós expressamente alertamos no passado, facilmente se evidenciavam deficientes
e desadequados métodos de previsão, nomeadamente, no que era notória a
sobrevalorização de receitas de modo a ser possível a inscrição de despesa, que
o Relatório e Contas de 2011 veio confirmar, ao refletir um desvio global
negativo daquelas receitas em cerca de 48,59%, isto é, praticamente metade do
volume orçado. Poderíamos falar em contingências e incertezas não expectáveis
para explicar desvios orçamentais? Com certeza que sim, mas genericamente estes
apenas deverão representar no máximo 5% do seu volume, o equivalente ao desvio
padrão admissível… Tudo o que daí ultrapassa, no domínio da economia privada
seria entendido como fracasso e, no limite, ineficiência.
O
ano de 2011 foi assim marcado por um prejuízo colossal, nada que não fosse
previsível com esta estratégia de gestão municipal, mas desta vez sensivelmente
o dobro do ano imediatamente anterior, e curiosamente também uma vez mais, em
nada imaginado em Plano e Orçamento.
A
tipologia de resultados de maior importância, os de cariz Operacional e
Financeiro, tiveram crescimentos negativos substanciais, seguindo uma linha
contínua na sua ocorrência, agudizando cada vez mais a deplorável situação
económica da autarquia.
Patente
está a forte redução nas receitas e nas transferências, facto perfeitamente previsível
no contexto nacional, com ostensiva falta de resposta atempada e eficaz no
ajustamento imediato e consistente na estrutura de custos da edilidade.
A estratégia
seguida por esta maioria PSD/PP é absolutamente devoradora de recursos, sem
preocupação de geração de riqueza.
O
risco de insolvência técnica da edilidade é exponencialmente elevado e vai
implicar de forma, incontornável, a implementação, num futuro próximo, de
medidas de austeridade específicas para o concelho, o mesmo é dizer, para os
cidadãos, através do aumento de mais impostos e taxas municipais,
incomportáveis para os já depauperados orçamentos e rendimentos das famílias.
Este caminho de aumento de taxas, impostos, preços, multas e penalidades já tem
sido seguido por esta autarquia nos últimos dois anos, com a nossa firme e
assertiva oposição, pois os resultados finais são sempre, cada vez mais
agravados, não se vislumbrando por parte desta maioria PSD/PP nenhuma
estratégia alternativa para inverter esta tendência negativa.
Um
dos sintomas para o que aqui se alerta, está reflectido na redução das
transferências do Orçamento de Estado para a autarquia, pelo incumprimento
sucessivo da Lei das Finanças Locais, cuja penalização foi imposta pelo
Tribunal de Contas e que se estenderá ao longo dos próximos anos.
Que
mais se seguirá? Bons augúrios o Relatório e Contas de 2011 não traz.
Atentemos
no aumento do Passivo Corrente que se cifrou em cerca de 2 milhões de euros, no
Passivo Total que teve um acréscimo de 4,7 milhões de euros, e nos Fundos Próprios
que viram o seu stock reduzir em cerca de 2 milhões de euros.
Uma escalada
galopante para uma situação insustentável de grave constrangimento financeiro,
que urge suster, denunciar, alertar as pessoas que a sua indiferença, a sua
passividade, a sua resignação, não são a melhor atitude perante o futuro de
todos aqueles que querem continuar a acreditar na viabilidade e progresso do
nosso concelho.
Com
uma estrutura económica e financeira evidenciada pelas contas que se nos
apresentam, com um prejuízo acumulado que já atinge os 6,5 milhões de euros,
com um fundo de maneio líquido patrimonial negativo numa magnitude de cerca de
6,3 milhões de euros, com um fundo de maneio funcional que nem esta maioria
PSD/PP se atreve a informar o seu verdadeiro montante, representando um total
descontrolo de gestão da autarquia, não será porventura de estranhar, que à
semelhança de muitos dos munícipes deste concelho, que comungam da nossa
opinião, afirmemos que este projecto político está esgotado.
Não
tendo em circunstância alguma o Partido Socialista comungado com o plano de
governação do executivo, nem com as suas prioridades, nem com a sua estratégia
de gestão, não pode pactuar nem assumir como legítimos e irremediavelmente os
únicos possíveis, os resultados económicos e financeiros evidenciados nesta
prestação de contas de 2011.
E
não se deturpe o sentido de voto favorável dos vereadores do Partido Socialista
nas obras/investimento sujeitas a aprovação do executivo. Na realidade, é uma
falácia que alguns protagonistas desta maioria usam para tentar confundir a
população. Com efeito, os vereadores do Partido Socialista votam
desfavoravelmente, de forma sistemática, as Grandes Opções do Plano desta
maioria PSD/PP nos últimos anos, porquanto, a nossa divergência é nas
prioridades estabelecidas, é na total ausência de um Plano Estratégico
sustentado, não nas obras em concreto propostas, na sua maior o menor utilidade
para os Munícipes. É de prioridades de que falamos… É de um Plano de Acção, de
obras e investimentos, sustentado e com futuro, pois aquilo que nos tem sido
sistematicamente apresentado é um conjunto de obras avulsas e desconexas de
qualquer planeamento estratégico para o desenvolvimento sustentado do concelho!
Por
conseguinte, a orientação de voto do Partido Socialista vai no sentido de votar
desfavoravelmente este documento de prestação de contas de 2011.
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